sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Elucubração.

Se não fosse eu seria outro.

Zé.

Infame.

O macarrão eu como.
O molho eu sugo.

Zé.

Ditado.

Pa bo enten me pala bas.

Zé.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Circo.

O trapezista caiu.
O palhaço chorou.
A platéia riu.

Zé.

Letras.

Aprendi a ler.
Li sobre o mar.
Aprendi a nadar.

Zé.

Silêncio.

Falo o que quero.
Ouço o que não quero.
Me calo, escrevo e espero.

Zé.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Praça Sete.

Lá vai ela, linda, no meio do povo.
Salto alto, minissaia, quase nua.
Visão do paraíso no calor do inferno.
Calor que frita ovo no asfalto da rua.
E cozinha os ovos do bancário de terno.

Zé.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Sobremesa.

Pediu Bis e comeu Chokito.
Comeu Chokito e pediu Bis.

Zé.

Horário de Verão.

Acorda às seis (cinco).
Toma o 119 (Praça Quinze).
Chega no trabalho às oito (sete).
Fica o dia inteiro de quatro.

Zé.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Alzheimer.

Falo o que vem à lembrança.
E esqueço.
Rio por quase tudo. Choro à toa. Me perco.
E me encontro.
Criança.

Zé.

Tente outra vez

Estava o ornitorrinco em seu lugar.
Veio o otorrinolaringologista lhe fazer mal.
O otorrinolaringologista no ornitorrinco
E o ornitorrinco a fiar.

Estava o otorrinolaringologista em seu lugar.
Vieram os três tristes tigres lhe fazer mal.
Os três tristes tigres no otorrinolaringologista
O otorrinolaringologista no ornitorrinco
E o ornitorrinco a fiar.

Estavam os três tristes tigres em seu lugar.
Veio o papipaquígrafo lhe fazer mal.
O papipaquígrafo nos três tristes tigres
Os três tristes tigres no otorrinolaringologista
O otorrinolaringologista no ornitorrinco
E o ornitorrinco a fiar.

Estava o papipaquígrafo em seu lugar.
Veio o paralelepípeto lhe fazer mal.
O paralelepípeto no papipaquígrafo
O papipaquígrafo nos três tristes tigres
Os três tristes tigres no otorrinolaringologista
O otorrinolaringologista no ornitorrinco
E o ornitorrinco a fiar.

Estava o paralelepípeto em seu lugar.
Veio o Massachussets lhe fazer mal.
O Massachussets no paralelepípeto
O paralelepípeto no papipaquígrafo
O papipaquígrafo nos três tristes tigres
Os três tristes tigres no otorrinolaringologista
O otorrinolaringologista no ornitorrinco
E o ornitorrinco a fiar.

Estava o Massachussets em seu lugar.
Veio o pterodáctilo lhe fazer mal.
O pterodáctilo no Massachussets
O Massachussets no paralelepípeto
O paralelepípeto no papipaquígrafo
O papipaquígrafo nos três tristes tigres
Os três tristes tigres no otorrinolaringologista
O otorrinolaringologista no ornitorrinco
E o ornitorrinco a fiar.

Estava o pterodáctilo em seu lugar.
Veio o inconstitucionalissimamente lhe fazer mal.
O inconstitucionalissimamente no pterodáctilo
O pterodáctilo no Massachussets
O Massachussets no paralelepípeto
O paralelepípeto no papipaquígrafo
O papipaquígrafo nos três tristes tigres
Os três tristes tigres no otorrinolaringologista
O otorrinolaringologista no ornitorrinco
E o ornitorrinco a fiar.

Estavam o inconstitucionalissimamente em seu lugar
Vieram os mafagafinhos lhe fazer mal.
Os mafagafinhos no inconstitucionalissimamente
O inconstitucionalissimamente no pterodáctilo
O pterodáctilo no Massachussets
O Massachussets no paralelepípeto
O paralelepípeto no papipaquígrafo
O papipaquígrafo nos três tristes tigres
Os três tristes tigres no otorrinolaringologista
O otorrinolaringologista no ornitorrinco
E o ornitorrinco a fiar.


Cristina, Daniel, Elisa, Boe e José.

Critico

No fundo,
meu caro,
seu poema
é raso.

Cortez

Peleja

Até que a sorte nos prepare.
Até que o feio nos separe
Até que um freio não me pare.
Até que a morte nos ampare.

madeira

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Tum-tum Tum-tum

Coração que bate demais
também apanha.

ELISA & DOG

Dura lex sed lex.

Deu bobeira no farol,
ficou sem o Rolex.

Zé.

Desjejum.

Pão com manteiga.
Cachaça.
Bolacha na Maria.

Zé.

Santo graal.

Óculos quebrados.
Tateio o chão.
Me sobra a fé.
Me falta a visão.

Zé.

Arnaldo Antunes vai à fármacia.

A cabeça pulsa.
Tylenol. Cibalena. Aspirina.
AAS. Dipirona. Coristina.
Doril. Descon. Baralgin.
Benegrip. Beserol. Bufferin.

Zé.

Nouveau riche.

Quero sombra.
Quero sombra e água.
Quero sombra e água fresca.
Quero sombra e água fresca mineral.
Quero sombra e água fresca mineral com gás.
Quero sombra e água fresca mineral com gás Perrier.
Quero sombra e água fresca mineral com gás Perrier numa taça.
Quero sombra e água fresca mineral com gás Perrier numa taça de cristal.
Quero sombra e água fresca mineral com gás Perrier numa taça de cristal e o último número da revista Caras.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Diarréia

Bosta. Merda. Excremento.
Mau humor.
Fique atento.
Vou ligar o ventilador.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Água ardente.

Meio copo de cachaça.
Cheio de vazio.

Guerra

Sede

Sede

Com dois limões, limonada.
Com um limão, nada.

Sede II

Sozinho no deserto sem camelo por perto.

Sede III

Cachaça é água de afogar mágoa.


sexta-feira, 21 de setembro de 2007

SUS

O velho na maca.
Come a enfermeira.
Sem garfo nem faca.
A fome é vilã.
A carne é fraca.
Mas a mente é sã.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Vago

Vejo velhos vagões.
Vagarosamente.
Viajo.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Proparoxítono

Na cômoda do cárcere, um cálice.
Pilhérias histéricas, históricas memórias.
Cônegos. Trôpegos. Concêntricos.
O máximo? É sensácional, meu quérido.

Vaziismo é isso?

A deusa da minha rua.
Adeus, Adamin Arrua.
Ah, deusa, dá minha rua?
Ah, Deus, a da minha rua...
Adeusada, minha rua.
A deusa da minha rua tinha os olhos onde o quê mesmo?

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Entao avoa.

Querossimedisse tanto.
Queronada, querubim.
Bó um cejo.
Ó.
Bó um.
Ó. Bá tom.
Schvak. Tomou?
Sim.
Gsotuo?
Ô.

Pracequerveovozemapaziu.

O poema vazio serve pra fazer você rir.
Pravacê fo serri.
Serriu?

Serviu.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Pingos nos us

Acabaram com o trema.
Sucumbiram à preguiça de acentuar a linguiça.
Decretaram o fim do meu pinguim de geladeira.
De brincadeira.
Na mente de algum delinquente.
Que prepara uma armadilha pra acabar com o cedilha.
Mas não tema.
Por enquanto acabaram só com o trema.

Crizé

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Ocaso

Acasalou.
Fumou um Carlton.
Fez pouco caso do acaso.
Nasceram Carlson e Carlos.
Casou sem casa.
O caos.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Melancolia felina.

trestistestrigues
testistritigre
trestrististisgre
testristritigue
trestistititre
tesgristestiti
trestristristris
trestristestrigue.

Cortez

Tio Rui

O tio Rui ruiu no Rio.
O Rio riu do tio Rui.

O tio
o Rio
o bolso
vazio.

Cortez

Tesouro

Precioso é o não preciso.
É o que não tem preço, nem osso, nem siso.

Bilhete de despedida

Natanael, fui pra Guatemala.
Natanaelfo, fui pra Guate, mala.

Meio copo vazio

O movimento vaziista esvazia as garrafas,
esgazela as gambiarras,
esfacela as miarras.
Que mazela, as bizarras.

Qual é?

Qual é o sentido da vida?
Qual é o ventilo da Cida?
Qual é o elo, a saída?
Qual é?
Que vida.
Tô de saída.

Cida

Que cida?
Que vida?
Que homicida?
Que bio inseticida?
Que lida?
Que toque de midas?
Querida.
Me tira da descida.

Pakesheare

Ner ou são ner?
Queis a estão.

Vai saber

Perá que as sosseas domprenquim o vomitento?
Será que as pessoas compreeendem o movimento?

Perá?

Insistência

O desafio do vaziismo.
O desavio do facifismo.
Misticismo?
Que istmo.
Que isto?
Isto mesmo.

Bolas

Patrimônio Cultural de Belo Horizonte.
Patrizonte Mutual de Belo Elefante.

Au

Latrocínio, cínio.
Laticínio, cínio.
Late, cínico.

Sucesso

O vaziismo tá arrasando
o arrasismo tá vazando

Toda porcaria
que por aí cairia

Pinga

Uma gota dele pingando.
Uma pinga dele gostando.

Testemunha.

Eu ouvi.
Ou, eu vi.

Há?

Há paz no jazz?
A pá do jazz.
O já da paz.
Há paz.
Rapaz.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Toma

Me pediu pra dar, eu dei.
Um tomé.

Parente distante

Primata é uma prima que me mata.

AB

Abdominal, abodômen, now.
Ab do homem, nau.
A bem do homem, mal.
A bem do homem mau.

Bábede

A tacinha quando bate
espacharra pela mão.
A tainha quando late
põe o cão na malhação.

Bêbada

O fim do mundo
o fundo de mim
no mundo sem fundo
no fundo, sem miim
sem mim no fundo
sem fim no mundo
mem sim funundo
sem fundo em mim
No fundo, é sim.
Fundado em mim.

ai

que dor de cabeça
eça... eça... eça...eça...

Dúvida

Qual é o pseudônimo do pterodáctilo?

Cortez

A mar é...

Estávamos eu e Caetano Veloso no mar.
Ele disse:
- Mar que coisa mar linda esse mar.
Eu respondi:
- Nusga!

Elisa

uhn...

Inhame, inhame, inhame
que delícia de inhame.


Elisa

Mais uma curtinha.

A festa durou a noite inteira até de manhã.
Das vozes só restaram nozes. E uma avelã.


Plágio

O rato roeu a roupa do rei de Roma.
Restou o rei nu comendo romã.
No chão, a seda azul que envolvia a romã.
E o rato retornou.



Cristiana Guerra

vazio, mas cheio de história.

Ornitorrinco foi ao otorrino.
Otorrino, disse o ornitorrinco.
O quê, disse o otorrino.
Precisa melhorar sua dicção, ornitorrinco.
E você sua audição, seu otorrino.
O que eu disse foi: eu estou rindo.
Otorrino burro.



Cristiana Guerra

Vaziagem

Vai vaziar, vai.
Vem vadiar, vem.
Quem de vazio tá cheio,
Aqui enche o saco.


Elisa

O peito do pé do Pedro é preto.
O peito do pé.
O Pedro.
O preto.
Dá no pé.

A pizza

Pedi uma pizza de salaminho.
O motoqueiro caiu no caminho.
E eu aqui. Morto de fome.


Tombo

Levou um tombo na festa.
Abriu um rombo na testa.
Dançou. De salto alto.


Samuel

O Samuel caiu.
O SAMU levou.
O Sam não é meu tio.
O Sá não é o cabeludo.
O s só às vezes tem som de z.
Artesanato.


O

Vazio.
Estio.
Seco.
Oco.
O cu.


A fada

A fada surgiu do nada.
O nada não fala.
O mudo.
Não ouve.
O surdo.
Faz tan tan tan.
Louco.


O primeiro poema vazio

Este livro é da Elisa.
Este lisa é da elivro.
Este, livro.
Eu, Elisa.
Eu li. O livro.
O livro da Elisa.
O livro liso da Elisa.
O livro liso da Elisa que lê,
Eliso.
Eulivro, Eulisa, Eulido.
Eunuco. Eunuco?
Eusempre.

Guerra e Elisa